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Encarando os desafios do empreendedorismo e gestão: entrevista com Floriano Ferreira

Convidamos o gestor da fábrica de massas artesanais Itália Rio Massas para falar um pouco sobre liderança, desafios, e compartilhar sua experiência. Confira!

Por Ana Souza - Redesign Consultoria
05/05/2018

O empreendedorismo nem sempre é um mar de rosas, mas, para aqueles que apreciam a emoção de vencer desafios e a satisfação de colher os resultados do seu esforço, essa carreira é sem dúvidas um prato cheio!

Estar totalmente preparado para todos os desafios do empreendedorismo não é nada simples, é verdade. Mas, quando a oportunidade bate à porta, é hora de decidir: esse é o momento certo de correr atrás dos seus sonhos? Ou a insegurança irá te impedir de chegar onde sempre quis?

Temos muitos exemplos de empreendedores que enxergaram uma oportunidade e transformaram uma ideia ou projeto “pouco promissor” em algo inovador, de destaque, pois tiveram a coragem de encarar esse desafio.

Para enriquecer essa discussão e contar um pouco sobre sua experiência profissional, trouxemos para o nosso blog uma entrevista com o empreendedor Floriano Ferreira*, atualmente a frente de uma fábrica artesanal de massas: a Itália Rio Massas.

Falamos um pouco sobre seu negócio, os desafios que ele encontrou ao assumir o projeto da fábrica há 6 anos atrás, e suas opiniões pessoais sobre liderança e futuro.

Veja como foi:

 

Entrevista com Floriano Ferreira

 

Redesign: Olá, Floriano! Agradecemos a chance de ter esse bate papo com você. Que tal começarmos falando um pouco sobre a Itália Rio Massas? Quais são os principais diferenciais da empresa, e como isso é trabalhado internamente (com os funcionários) e externamente (com os consumidores)?

Floriano: Bom, em relação à fábrica em si, eu avalio muito o atendimento de cada cliente, e a matéria-prima de nossos produtos (que os tornam totalmente diferentes de qualquer massa do Rio de Janeiro – desde a produção, que é artesanal, apesar do uso de maquinário em certas etapas do processo).
Quanto aos nossos funcionários, eles já encaram esses diferenciais como uma realidade, sempre aceitam desafios, e sempre mantêm um padrão. Por isso, quando um cliente, sabendo desse nosso diferencial, manda uma solicitação de amostra de algum produto que a gente não tenha no nosso cardápio, ou de algum recheio que a gente ainda não trabalhe no momento, nós tentamos desenvolver isso da melhor maneira possível. Fazemos um teste internamente, e dando certo o teste nós desenvolvemos uma amostra para o cliente e levamos para ele aprovar o produto.

 

Redesign: Antes da entrevista, nós tivemos uma conversa onde você contou que a fábrica “caiu no seu colo” enquanto você se dedicava a tocar um restaurante (um projeto que você já acalentava há algum tempo). Como você se sentiu quando teve essa oportunidade de assumir a Itália Rio Massas, antes sua fornecedora?

Floriano: Isso foi uma surpresa… E algo interessante de contar. Quando montamos o restaurante, o Deck 175, nós buscamos vários fornecedores e nenhum deu certo. Depois de uma experiência ruim com um fornecedor, que entregou produtos diferentes das amostras que enviou, nós conhecemos a Itália Rio Massas. Aí, para nossa surpresa, depois de 8 meses da fábrica montada, o dono veio conversar comigo e ofereceu a fábrica, perguntou se eu não queria comprar, trocamos uma ideia sobre o valor, e a partir daí passamos a desenvolver o trabalho que fazemos até hoje.

 

Redesign: Apesar da sua bagagem profissional, antes de assumir a Itália Rio (há mais ou menos 6 anos atrás) você não tinha experiência alguma no chão de fábrica, correto? A adaptação a essa nova realidade foi algo fácil para você?

Floriano: Realmente, eu não tinha experiência nenhuma. Precisei fazer um MBA em Gerenciamento de Projetos para poder adequar o desenvolvimento do restaurante, e isso acabou auxiliando na compra da fábrica em relação à experiência, aos conhecimentos transmitidos na faculdade mesmo. Eu continuo estudando, continuo buscando informações.
Confesso que não foi uma coisa fácil, pois já tínhamos um negócio e acabamos adquirindo outro. Foi dureza, não tínhamos um dia de descanso. Trabalhamos de segunda à segunda durante 3 anos e 6 meses, mais ou menos. Não foi moleza, mas, a gente tá aí. Conseguimos superar, e a cada dia seguimos superando mais e mais.

 

Redesign: Quais lições aprendidas ou desafios superados você destacaria dos seus primeiros meses de gestão da fábrica?

Floriano: No começo foi barra. Tínhamos 5 funcionários na fábrica e 4 funcionários no restaurante. Então, eu estava sozinho na fábrica. Eu tinha que fazer toda a parte preliminar de RH, departamento pessoal, compras, logística… Ou seja, tudo o que uma empresa grande faz dentro de setores separados, eu tive que fazer sozinho. Isso e tudo o que envolve o relacionamento com o cliente.
Mas, eu acredito que, apesar de todas as dificuldades envolvidas, temos conseguido superar todos esses desafios.

 

Redesign: O mercado da indústria alimentícia é extremamente competitivo e dinâmico. O que você considera que uma empresa precisa ter para se destacar nesse ramo?

Floriano: Eu acho que o mais importante é ter qualidade e disponibilidade para atender aos clientes, para poder ajudar. Costumo dizer que nossos clientes são nossos amigos. Sempre tentamos resolver seus problemas, conquistamos sua confiança e eles sabem que podem contar conosco, pois sempre visamos a satisfação do cliente com o nosso produto. Como nossos produtos são feitos de maneira artesanal, procuramos nos diferenciar ao oferecer diversidade e variedade de produtos que podem ser customizados de acordo com a necessidade ou gosto do cliente.

 

Redesign: Desde que você assumiu a gestão, muita coisa mudou dentro da empresa. Hoje o desejo de se reinventar, inovar nos processos, nas receitas e até mesmo na comunicação é algo forte; mas foi assim desde o primeiro momento em que você passou a ter responsabilidade sobre a fábrica? Ou houve um momento específico em que você pensou “agora é a hora de mudar o rumo”?

Floriano: Nosso intuito sempre foi melhorar os processos, sempre foi dessa forma, tanto na fábrica quanto no restaurante. Até porque não podemos ficar na mesmice, não podemos ser uma gota em um oceano, precisamos ter o nosso diferencial. Por isso, essa sempre foi a proposta implementada na fábrica para podermos ser uma empresa diferente.

 

Redesign: Falando em inovação de processos internos, um ponto que merece destaque na trajetória da Itália Rio é relativo ao processo de produção das massas, onde a Redesign esteve envolvida. Você consegue avaliar o impacto na produção, na redução dos custos e nas melhorias de resultado e operação após ter um projeto com a Redesign?

Floriano: Acho que a Redesign ter entrado em nossas vidas foi algo bem interessante. Nós conseguimos realmente implementar alguns processos que a gente não tinha, e isso aconteceu de verdade. Tivemos algumas reduções de custos, melhoramentos, conseguimos fazer a redução do desperdício em algumas coisas… Então, focamos BEM nessa relação de redução de custos. Também conseguimos direcionar esse valor que a gente agregou com essa redução em outros processos e outras áreas, então, realmente, a Redesign fez a diferença.
A Redesign nos passou algumas orientações que a gente não tinha. A gente olhava para o negócio e não tinha essa visão. Com esse olhar de fora, ela conseguiu realmente entender nosso mecanismo, conseguiu estabilizar alguns processos, reduzir custos, e realmente foi fundamental para nossa empresa. E está sendo até hoje.

 

Redesign: Qual foi o momento em que você decidiu buscar os serviços da Redesign Consultoria de Transformação? Aproveite para nos contar como foi (ou está sendo) a sua experiência.

Floriano: Na verdade a gente recebeu um contato da Redesign, oferecendo os serviços de consultoria. Achamos interessante, e inicialmente identificamos que seria um serviço diferenciado, uma empresa dedicada a ajudar seus clientes, algo que a gente não encontra no mercado tão facilmente – e isso foi bem marcante. Então iniciamos esse trabalho, batendo sempre nessa tecla de redução de custos.
Acabamos virando amigos, e hoje não somos uma empresa que depende de outra empresa, somos amigos, companheiros e parceiros nessa caminhada. Foi bem legal essa nossa parceria, e está sendo até hoje.

 

Redesign: Na sua opinião, por que muitos gestores ainda se sentem desmotivados ou descrentes ao buscar uma consultoria empresarial? Como você enxerga esse cenário atual?

Floriano: A palavra “consultoria” ficou muito poluída, né. As empresas prometiam determinados serviços, prometiam mundos e fundos, mas na realidade ofereciam a mesma coisa com nomes diferentes e não apresentavam um resultado satisfatório. Entregavam papéis, relatórios e tudo mais, mas dinamicamente isso não era favorável às empresas. Por isso ficou muito poluído…
Hoje, se uma empresa de consultoria liga pra você, você logo descarta. Justamente por isso, por esse trabalho ruim que era oferecido no início. As empresas que tinham uma consultoria por traz não tinham nenhuma inovação, não tinham nenhum tipo de ajuda, pois as consultorias só queriam apresentar relatórios sem dar nenhuma orientação ou assessoria.
Mas, o trabalho da Redesign é totalmente diferenciado. Eu acredito que essa ideia geral seja realmente uma barreira, mas também acredito que com a indicação, com trabalho duro e com foco, para a Redesign talvez isso não seja algo tão problemático assim.

 

Redesign: Ser um líder ou gestor é um desafio em muitos aspectos – não apenas quando pensamos na busca por resultados positivos para o negócio, mas também ao refletirmos sobre o seu próprio crescimento pessoal e profissional. Por isso, pensando no futuro, quais capacidades você destacaria como essenciais para os líderes que desejam alavancar seus projetos? O que um líder precisa ter ou desenvolver para ser um líder do futuro?

Floriano: Eu acredito na questão da inovação, pensar fora da caixa. Acredito que o projeto você sempre teve e sempre terá, que é sua própria vida; mas, pensar na inovação é fundamental, e espelhar em si mesmo exemplos de líderes e pessoas renomadas que alcançaram o sucesso.

 

Redesign: Para encerrar nossa conversa, uma última pergunta: se você pudesse dar um conselho para um empreendedor ou gestor que, assim como você, recebe um projeto de muito potencial “no seu colo”, qual seria?

Floriano: Seria o seguinte: focar no que você realmente acredita que seja uma opinião de sucesso, ou um desenvolvimento profissional de sucesso.
Quando você pega uma responsabilidade, sendo um negócio seu ou de um terceiro, você deve focar como se fosse seu mesmo. As pessoas devem pensar sempre no que elas podem contribuir para o sucesso da empresa. Se você tiver uma responsabilidade a mais, ou uma crença no que está fazendo, eu acredito que você consegue sim ser um empreendedor de sucesso.

 

 

*Floriano Ferreira: Tem 38 anos e começou a trabalhar aos 17 anos como office boy, mais tarde ingressando no mercado de Informática e Tecnologia da Informação. Fez faculdade de Tecnologia da Informação na Universidade Estácio de Sá, trabalhando internamente até se tornar responsável pela área de Informática de todas as bibliotecas da universidade no Rio de Janeiro e outras cidades. Se formou também como Analista de Sistemas e Gerente de Projetos em 2011, e colecionou experiência em empresas como BTG Pactual, Embratel e Oi, até decidir seguir seu sonho de abrir um restaurante – o Deck 175 Culinária Italiana. Em 2012, enquanto se dedicava ao projeto do restaurante, surgiu a oportunidade de gerir a Itália Rio Massas, onde está até hoje.

Quer saber mais sobre a Itália Rio Massas, visite o Facebook da empresa clicando aqui.

 

Itália Rio Massas